As Cartas abertas são documentos onde comunicamos de forma oficial, pública e detalhada nossas posições e solicitações como coletivo.​
Open letters are documents where we communicate in an official, public and detailed way our positions and requests as a collective.
1ª CARTA ABERTA
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​​Na 1ª carta aberta, de 17 de abril de 2023, intitulada "Não é difamação, nem é vingança. Sempre foi assédio!", o coletivo afirmou a urgência de quebrar o silêncio sobre o assédio e o sexismo na academia e colocou-se ao lado “de quem teve a coragem de denunciar publicamente um padrão de violência que resulta dos processos de validação académicos patriarcais”. Recusou tratarem-se de casos isolados ou de “vingança”, refutando as primeiras reações de Boaventura de Sousa Santos ao capítulo acima mencionado. Na carta, o coletivo refere um padrão sistemático de abusos nas equipas de trabalho de Boaventura, que, ao longo dos anos, tem afetado desproporcionalmente as mulheres e reivindica uma investigação segura, que garanta às vítimas sigilo, escuta e acolhimento, considerando absolutamente necessário que a Comissão de Investigação do caso seja totalmente independente e imparcial em relação ao CES.
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2ª CARTA ABERTA
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​​​​​Na 2ª carta, o coletivo responde aos argumentos apresentados por Boaventura de Sousa Santos em sua defesa pública contra as acusações de abuso, entretanto tornadas públicas, por parte da ativista indígena Moira Millán. Identificando a sua reação como resposta típica dos abusadores e insistindo na constituição de uma comissão centrada na proteção das vítimas, nessa carta, lê-se que “na narrativa que assume como prova de inocência, Boaventura usa uma lógica de produção de verdade que reproduz problemas estruturais da academia: o professor catedrático escolhe a quem quer responder e ao que quer responder; define os termos do debate; desclassifica a vítima e assume que a sua palavra tem mais valor”.
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3ª CARTA ABERTA
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A 3ª carta, intitulada "Sem assumir a responsabilidade por atos concretos de abuso cometidos, não há autocrítica", responde a uma falsa autocrítica que Boaventura de Sousa Santos colocou em circulação, onde se justifica, afirmando que “Não é sempre fácil perceber conscientemente que se está a ter comportamentos que antigamente não eram vistos como inapropriados”. O coletivo acusa novamente Boaventura de seguir a cartilha dos abusadores, que passa por “fazer seguir às tentativas de desmoralização das vítimas, uma autocrítica absolutamente protocolar que, no fundo, é mais um documento para tentar convencer o público da alegada injustiça que sofre e que não é responsável pelos atos de que está acusado, apesar de existir um número cada vez maior de mulheres corroborando as informações”.​​​​
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4ª CARTA ABERTA
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Na 4ª carta, o coletivo dirige-se à Editora Routlege, que suspendeu a venda da obra que deu origem a este movimento por justiça para as mulheres na academia. Nessa carta lê-se que “a publicação do livro foi determinante para que nos organizássemos em coletivo e para a decisão de juntarmos provas testemunhais e documentais que corroboram os diversos tipos de abusos descritos naquele capítulo”.
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5ª CARTA ABERTA​
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No dia 5 de março de 2024, o coletivo divulga a 5ª carta, onde confirma a entrega de um amplo dossier, com detalhes narrativos e elementos probatórios, à comissão independente entretanto criada para investigar situações de abuso no CES. Nessa carta, levanta um conjunto de preocupações sobre as condições de apresentação dos resultados da comissão independente e apela a que “respeitem a nossa dignidade, não nos desumanizem, não voltem a silenciar-nos ou a fingir que não estamos aqui”.​​​​​
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6ª CARTA ABERTA
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A sexta carta do coletivo foi redigida na sequência da apresentação dos resultados da investigação da comissão independente. No relatório da comissão lê-se que a informação reunida e as versões entre as pessoas denunciantes e pessoas denunciadas que foram compatíveis entre si “indiciam padrões de conduta de abuso de poder e assédio por parte de algumas pessoas que exerciam posições superiores na hierarquia do CES”. Na sequência desse relatório, o CES redigiu uma carta aberta de desculpa à vítimas. No entanto, uma vez que a comissão independente tinha o compromisso de manter o anonimato das vítimas e não pode assegurar o direito do contraditório dos/as acusados/as, o relatório não nomeia os agressores. Para assegurar a ação consequente do CES e dos demais órgãos com responsabilidade administrativa e judicial, na sexta carta, o coletivo levantou o anonimato de algumas das mulheres que o compõem e mostrou-se disponível para dar a conhecer as histórias concretas uma vez que os responsáveis continuaram a negar todos os abusos cometidos e a fugir à responsabilidade e às consequências implicadas.
1st open letter
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​​​In the 1st open letter, dated April 17, 2023, entitled "It is not defamation, it is not revenge. It has always been harassment!", the collective affirmed the urgency of breaking the silence about harassment and sexism in academia and placed itself alongside “those who have dared to publicly denounce a pattern of violence that results from patriarchal academic validation processes” . He refused to consider these cases as isolated cases or “revenge”, refuting Boaventura de Sousa Santos’ first reactions to the aforementioned chapter. In the letter, the collective refers to a systematic pattern of abuse in Boaventura's work teams, which, over the years, has disproportionately affected women and demands a safe investigation, which guarantees victims confidentiality, listening and support, considering it absolutely necessary that the case's Investigative Committee is completely independent and impartial in relation to the CES.
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2nd open letter
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​​In the 2nd letter, the collective responds to the arguments presented by Boaventura de Sousa Santos in his public defense against the accusations of abuse, which have since been made public, by indigenous activist Moira Millán. Identifying his reaction as a typical response from abusers and insisting on the creation of a commission focused on the protection of victims, in this letter, we read that “in the narrative that he assumes as proof of innocence, Boaventura uses a logic of truth production that reproduces structural problems of the academy: the full professor chooses who he wants to respond to and what he wants to respond to; defines the terms of the debate; disqualifies the victim and assumes that his word has more value”.
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3rd open letter
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The 3rd letter, entitled "Without taking responsibility for concrete acts of abuse committed, there is no self-criticism", responds to a false self-criticism that Boaventura de Sousa Santos put into circulation, where he is justified, stating that “It is not always easy to consciously realize that one is to engage in behaviors that were previously not seen as inappropriate.” The collective again accuses Boaventura of following the abusers' playbook, which involves, after trying to demoralize the victims, "an empty self-criticism exercise, that is just another attempt to convince the public of the alleged injustice he is suffering and that he is not responsible for the acts of which he is accused, even though there is an increasing number of women who corroborate the information .”​​​
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4th open letter
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In the 4th letter, the collective addresses publisher Routlege, which suspended the sale of the work that gave rise to this movement for justice for women in academia. This letter states that “the publication of the book was decisive for us to organize ourselves as a collective and for the decision to gather testimonial and documentary evidence that corroborates the different types of abuse described in that chapter”.
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5th open letter
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On March 5, 2024, the collective released the 5th letter, confirming the delivery of an extensive dossier, with narrative details and evidentiary elements, to the independent commission created in the meantime to investigate situations of abuse at CES. This letter arises a set of concerns about the conditions for presenting the results of the independent commission and calls on “respect our dignity, do not dehumanize us, do not silence us again or pretend that we are not here”.​
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6TH open letter
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The collective's sixth letter was written following the presentation of the results of the independent commission's investigation. The commission's report reads that the information gathered and the versions between the complainants and the people reported who were compatible with each other “indicate patterns of conduct of abuse of power and harassment by some people who held higher positions in the CES hierarchy ”. Following this report, the CES wrote an open letter of apology to the victims. However, since the independent commission was committed to maintaining the anonymity of the victims and could not guarantee the defendants' right to adversarial proceedings, the report does not name the attackers. To ensure consistent action by the CES and other bodies with administrative and judicial responsibility, in the sixth letter, the collective raised the anonymity of some of the women who make up the collective and showed itself available to make concrete stories known, as those responsible they continued to deny all the abuses committed and evade responsibility and the consequences involved.
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